Fernanda Freixosa/Divulgação
VICTOR MARTINS
MILENE RIOS
de Brasília
Em Brasília, 18h30. Juntos estarão um Presidente da República e 30 pilotos que nele não votaram. É o que vai acontecer nesta sexta (2), no Palácio do Planalto.
A organização da Stock Car marcou uma visita de seus 34 membros a uma das residências oficiais de Luiz Inácio Lula da Silva. Inicialmente marcada para a Granja do Torto, os contemplados eram os dez melhores colocados no campeonato da categoria principal mais Ingo Hoffmann. Transferida para o Planalto, abriu chance aos demais.
Fato é que o convite gerou muxoxo, beiço, desgosto e em alguns casos revolta aos competidores.
O Grande Prêmio e o "Red Bulletin" foram atrás de todos. A empreitada começou ainda de manhã, alguns nem sabiam do compromisso. De posse de tal informação, veio a imagem do contragosto.
O primeiro já sabia. "Infelizmente...", fez a pausa. "E infelizmente terei de ir". "Não votou no Presidente?", indagou o Grande Prêmio, que ouviu um "nunca, jamais, quando vejo ele, desligo a TV". O segundo partiu para o discurso do analfabetismo, do povo, da desigualdade, da vida. O terceiro e o quarto foram mais diretos e responderam na base do "não, e não votaria".
Parte deles não exerceu o dever cívico por estarem em viagem. Igualmente não apoiariam Lula. Um falou que "é melhor nem tocar neste assunto", outro deu risada depois de dizer que "ele está fazendo um bom trabalho", outro soltou uma indignação onomatopaica e outro, questionado se teria alguma queixa a fazer, falou que "é melhor não começar a falar porque senão a lista vai até amanhã".
Antes da partida, alguns manifestaram o que solicitariam ao governante. "Eu pediria para diminuir gastos com mordomias", disse Jorge Neto, da RC, que analisou que o governo "superou as expectativas". Valdeno Brito, da A.Mattheis, gostaria que "fossem criadas mais leis de incentivo de empresas ao esporte". Marcos Gomes, companheiro de Brito, vencedor da etapa em Interlagos, requereu "atenção para os autódromos". Pedro Gomes, da RC3 Bassani, teria um átimo de sinceridade: "Não votei em você, mas fiquei impressionado com a estabilidade econômica. O País está bem melhor." Ricardo Maurício, da WA Mattheis, "só falaria para o Presidente torcer por mim."
A caravana saiu do autódromo de Brasília às 17h40, poucos minutos depois do segundo treino livre do dia, com os anti-Lula. Antonio Pizzonia vestiu a melhor roupa; o resto foi com os trajes das equipes. Tarso Marques foi o último a entrar numa das vans que transportou os pilotos até o Presidente. Não apareceram, após enésimos chamados, Alceu Feldmann, André Bragantini, Ricardo Zonta e Luciano Burti.
Além deles, integraram o grupo Carlos Col, diretor-presidente da Vicar, empresa que organiza e promove a Stock; Letícia Galvão Bueno, diretora da empresa de marketing da categoria; e Marcelo Eduardo Braga, assessor. O único lulista.
